terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Meu artigo publicado na revista "CAMPUS MUNDI" nos Estados Unidos

Publicado nas páginas 8 e 9 da revista. É uma revista mensal da universidade AIU ( Atlantic International University)


1 - Objectivo

O objectivo deste artigo é despertar a capacidade dos engenheiros (principalmente engenheiros civis), a interação com outros profissionais (principalmente arquitectos), a cultura de trabalho em equipa, a criatividade, no ramo da engenharia na realização dos projectos ou sonhos de arquitectos. Pois, para realizar-se o sonho de um arquitecto, é necessário um árduo trabalho em equipa, envolvendo engenheiros ou especialistas de computação, engenheiros hidráulicos, engenheiros ambientais, Matemáticos, geólogos, Engenheiro civil e outros.

2- Introdução

É comum notar em conversas com engenheiros a questão da beleza sonhada pelos arquitectos. A beleza sonhada pelos arquitectos nem sempre agrada o Engenheiro, daí que os engenheiros encaram isso como um pesadelo.

Muitos arquitectos ao realizarem os seus projectos, buscam a semelhança de algo existente na natureza ou algo artificial criado pelo homem, por exemplo: já verifiquei um projecto baseado em um megafone; temos o exemplo concreto do estádio de futebol “Ninho de pássaro” localizado em Pequim-CHINA. A finalidade destes é apresentar qualidade funcionalidade e beleza. Entretanto, pensar no lançamento estrutural do estádio Ninho de pássaro e nas exigências que as normas estabelecem não foi tarefa fácil, constituindo assim um desafio para os engenheiros.


3- Missão da arquitectura

Arquitectura é uma arte que para além de primar pela beleza deve cumprir com os padrões de funcionalidade, sustentabilidade e outros elementos estabelecidos pelos criadores da arte. Nesta ordem de ideias, considere-se cada obra criada por um arquitecto como se fosse um quadro pintado por um artista plástico. Entretanto, o esforço dos arquitectos em imaginar coisas bonitas é tal que cada Arquitecto acaba por criar obras competitivas, pois um arquitecto deve inovar, ou seja, não pode fazer sempre a mesma coisa a nível de criação. Portanto, o arquitecto deve ser criativo nos seus trabalhos.

4- O engenheiro civil face ao sonho do Arquitecto

O engenheiro, por ser o responsável pela estabilidade estrutural dos edifícios, acaba sempre tendo muito trabalho, face aos desafios dos arquitecto em querer projectar sempre obras de grande desafio ou de um padrão mais estético, pois, os padrões de sustentabilidade e funcionalidade são universais.

A criatividade dos arquitectos a nível de “beleza”, deixa alguns engenheiros frustrados, pelo facto de ser o responsável pela estabilidade da estrutura que vai suportar a obra criada pelo arquitecto.

Para os engenheiros, a projecção e execução estrutural de uma obra deve fazer-se de modos a que venha satisfazer os interesses e o bem-estar da sociedade, a fim de garantir a segurança aos animais, pessoas e bens; e devem ser aplicadas de modos em que haja uma protecção e conservação do meio ambiente. Como lembra o artigo 5º da norma espanhola (EHE, 2011), as estruturas de um edifício, deverão ser idóneas para o seu uso durante a totalidade do período de vida útil para que elas são construídas. Para isso, deverão satisfazer os seguintes requisitos:

a)    Segurança e funcionalidade estrutural, que consiste em reduzir à limites aceitáveis a riscos de que a estrutura tenha um comportamento mecânico frente as acções e influência previsíveis que podem estar submetido durante a sua construção e tempo previsto, considerando a totalidade da sua vida útil;
b)    Segurança em casos de incêndio, que consiste em reduzir à limites aceitáveis a riscos a riscos de que os usuários da estruturas sofram danos derivados de um incêndio de origem acidental, e
c)    Higiene, saúde e protecção do meio ambiente, neste caso, consiste em reduzir a limites aceitáveis ao risco de que se provoquem impactos inadequados sobre o meio ambiente como consequência da execução das obras.

5- Conclusão

O engenheiro deve ter em conta todas as exigências acima referidas, antes e durante a concepção estrutural de um projecto sonhado pelo arquitecto, seja qual for a natureza do projecto. Entretanto, para cada obra criada pelo arquitecto, especialistas em computação, hidráulica, engenharia ambiental, Matemática, geologia, topografia, Engenharia civil…, directa ou indirectamente participam na concretização desse projecto de forma sustentável. Lembrando que, Projecto sustentável é aquele em que depois de executado, não comprometerá, ou seja não gerará prejuízos a geração vindoura, nem um impacto negativo a geração actual.

            Pelo facto de o engenheiro ter estas responsabilidades em uma obra, caímos dizendo sempre que, "O Sonho do arquitecto é o pesadelo do engenheiro"
            
OBS: Por vezes vale a pena esta criatividade (sonho) dos arquitectos, porque existem muitos engenheiros preguiçosos de mente que ficam apenas pelo título de engenheiro.

   


Referências Bibliográficas
Norma Espanhol EHE - 2011



Para ver mais sobre o artigo deixe o seu e-mail e enviarei a revista, apesar de o meu nome estar escrito de forma errada.  

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

A CONFUSÃO ENTRE O ENGENHEIRO E O ARQUITECTO

A arquitectura é uma arte e ao mesmo tempo uma ciência com a finalidade de projectar edifícios para habitação, hospitais monumentos e outros, ela centra-se na ocupação do espaço: podendo ser decorativa e escultural. A engenharia civil é uma ciência.

Dentro da engenharia civil encontramos várias especialidades, como a Engenharia estrutural, Construção e gestão de obras, hidráulica, ambiente e Vias, que correspondem as principais especialidades da engenharia.
Parece existir um comando por parte da engenharia estrutural. Pois, lembra Morgan (1964), que embora as especialidades apresentadas acima como engenharia estrutural, arquitectura, construção e gestão de obras, e outras não sejam as mesmas, arquitectos e construtores devem ter um conhecimento básico sobre princípio estrutural.

Em poucos projectos, verifica-se arquitectos, engenheiros e construtores trabalhando juntos, antes e durante a construção da estrutura.

A engenharia estrutural e a Arquitectura têm sido confundidas porque ambas dizem respeito a formas ou tamanhos – mas por diferentes pontos de vista. Por exemplo, se fores construído, então o arquitecto poderá decidir a sua forma arquitectural – o seu género, com quem você se parece, se é louro, negro ou moreno, o tamanho do seu corpo e aparência. Portanto o arquitecto não poderá decidir o que é necessário para construir e fazer funcionar as diferentes partes do seu corpo – é o trabalho de vários tipos de engenheiros. O engenheiro estrutural poderá decidir se a forma estrutural é suficiente para suportar as cargas e garantir segurança.

Arquitectos que projectam construções não são engenheiros e raramente têm o nível de conhecimento científico requerido de um engenheiro qualificado profissionalmente. O papel do arquitecto é entender e satisfazer as necessidades do cliente garantindo assim a funcionalidade e estética do edifício a ser construído.

Outro motivo da confusão entre engenheiros e arquitectos é que alguns engenheiros intitulam-se como arquitectos. Por exemplo os engenheiros que projectam e constroem barcos intitulam-se como arquitectos navais.
Boa arquitectura e boa engenharia são artes que necessitam de ciência, mas elas apontam para diferentes propósitos. É difícil definir a arte mas é o poder da prática intelectual; a habilidade de fazer alguma coisa mais do que o sentido ordinário. A ciência é um pedaço do conhecimento o qual é sistemático, testável e objectiva – ciência é o que sabemos.

Apesar que cada profissional ter o ser trabalho, estes não devem andar separados pois, num escritório de elaboração de projectos, é necessário a colaboração de um engenheiro para fazer cumprir o que é projectado pelo arquitecto.

Enquanto o arquitecto sonha o projecto, ou seja, idealiza o projecto, engenheiro transforma esta ideia em realidade. Isto não significa que o engenheiro não projecta, pois, a parte estrutural de uma construção assim como sapatas, pilares, vigas, lajes e escadas são projectadas pelo engenheiro estrutural sobre o projecto arquitectónico, concretamente o projecto elaborado pelo arquitecto. Outro exemplo é o da vertente ambiental – se o arquitecto elaborar um projecto funcional e estético mas, em colaboração com o engenheiro ambiental o projecto for prejudicial para a zona de construção do edifício projectado pelo arquitecto, neste caso o sonho do arquitecto não é realizado.

Um sonha outro realiza o sonho. Mas se andarem juntos na realização do sonho melhor.



Referencias
Blockley, D. (2014). Structural Engineering- a very short introduction. 198 Madison Avenue, New York, NY 10016, United States of America. Oxford university press.

Morgam, W. (1964). The elements of structure. 6 east 43rd street, N.Y 10016, United States of America. Pitman Publishing Corporation.