segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Tempo de vida útil de uma construçao

A ideia do homem, desde o passado sempre foi, fazer com que a Engenharia sirva para melhorar as condições de vida do mundo. É assim que, surpreende-me bastante saber que muitas obras antigas são mais duráveis que algumas recentes, ou seja, cumprem mais o conceito de “Tempo de vida útil”. Na minha opinião pessoal, principalmente em Angola, isso deriva do surgimento de várias escolas ensinando engenharia e poucas ensinando com qualidade; por outro lado, da ignorância dos construtores e da falta de fiscalização. Hoje em dia (Em Angola) é facilmente notável o aparecimento de fissuras em obras novas; isto está directamente ligado com o conceito de “Tempo de vida útil”.

Tempo de vida útil: O tempo de vida útil de uma construção ou estrutura é o período de tempo que conta a partir da data em se finaliza a obra (estrutura), durante esse tempo a estrutura deve cumprir com as exigências. Durante este tempo a estrutura requererá uma conservação normal, que não implica operações de reabilitação. Em edifícios públicos como hospitais e escolas, segundo a norma espanhola (EHE, 2011), cuja sua substituição ou reparação implica uma repercussão importante, é conveniente adoptar um valor de tempo de vida útil não igual ao usado para habitações (considerar por exemplo 75 anos). A tabela 4.4.5 indica o tempo de vida útil para cada tipo de estrutura (EHE, 2011).

Tabela 4.4.5 – Tabela nominal dos diferentes tempos de vida útil para diferentes tipos de funcionalidade estrutural


Tipo de estrutura
Vida útil nominal
Estrutura de carácter temporal
Entre 3 e 10 anos
Elementos recolocáveis que não formam parte da estrutura principal (por exemplo, varandas e apoios para tubagem)
Entre 10 e 25 anos
Edifícios (ou instalações) agrícolas ou industriais e obras marítimas
Entre 15 e 50 anos
Estruturas de vivendas ou oficinas e estrutura de engenharia civil (excepto obras marítimas) de repercussão económica baixa ou média
50 Anos
Edifício de carácter monumental ou de importância especial
100 Anos
Pontes ou outras estruturas de engenharia civil de repercussão económica alta
100 Anos

domingo, 7 de dezembro de 2014

O surgimento da Engenharia Civil : Breve resenha histórica


1- O surgimento da Engenharia Civil

       Segundo o L. Spranngue de Camp´s seminal work, The Ancient engineers (citado em Hansen, K. and Zenóbia K. civil engineer´s Handbook of Professional Practice. 2011), para falar da história da Engenharia civil devemos voltar no tempo, 6000 anos atrás, então, enuncia-se o seguinte:

Os primeiros engenheiros foram irrigadores, Arquitectos, e engenheiros militares. O mesmo homem foi usualmente esperado para ser esperto em todos os três tipos de trabalho. Este continuou ser o caso milhares de anos depois, no renascimento, quando Leonardo, Michelangelo, e Durer não eram apenas engenheiros mas artistas de renome. A especialização dentro da engenharia como profissão desenvolveu-se apenas nos últimos dois ou três séculos. [Pag. 9]

Foi após 4000 anos, quando o homem começou a abandonar o modo de vida nómada, a necessidade de água, o abrigo permanente, procurou por locais de enterro (cemitérios), e fortificação emergida. Na era das civilizações, quando as pessoas começaram a se instalar nas proximidades dos rios, necessitaram de canais de irrigação para os terrenos circundantes para que os agricultores pudessem aumentar a produção do alimento para apoiar a população. Reis ou governantes desejaram casas largas mais do que cabanas de pedra, argilas ou cana; Sacerdotes queriam casas para deuses pelo menos tão grandes. Para proteger a riqueza crescente destes, muros e fossos foram necessários serem construídos. Estas foram as mudanças ocupadas pelos primeiros engenheiros.

A palavra engenheiro deriva do latim ingenium que significa habilidade ligada a desenho e construção de mecanismos inteligentes.

O termo Engenharia civil tem sido muito utilizados nos últimos 200 anos. É assim que o dicionário Chambers define Engenharia como alguém que projecta ou faz, ou pôe o uso prático, motores ou maquinarias de alguma característica, incluindo mecanismos electricos; É alguém que projecta ou constrói obras públicas, assim como caminhos de ferro esgotos, estradas, pontes, muros de suporte de terras, portos, tuneis, etc; alguém que projecta e maneja a fortificação militar ou máquinas e motores. O engenheiro civil é aquele que projecta e constrói pontes estradas, etc, é o oposto de engenharia militar, já que antigamente eram os miliares que executavam trabalhos de engenharia, em que os trabalhos eram executados por intermédio de experiencias adquiridas.

Segundo David wood (2012), no final do século XVII na França, a engenharia militar tomou uma nova forma com a criação de uma associação “Corps des Ingénieurs du Génie Militaire” em 1690 pelo Sr. Maréchal Vauban.  Vauban foi famoso pelo projecto de fortificação, o qual geralmente consistiu em Muros de suporte de terra compactada (dentro das competências da engenharia civil hoje). Em 1716, a coisa foi seguindo com a criação do Corps des Ingénieurs des Ponts at Chaussées que foram acusados com a construção e redes de manutenção de comunicação [vias de comunicação] ( estradas e pontes). O treinamento desses últimos engenheiros foi formalizado com a criação em 1747 da École des Ponts et Chaussées, a primeira escola de engenharia: O conceito de engenharia como distinta da engenharia militar já era evidente em França. O primeiro director da École des Ponts et Chaussées  foi Jean-Rodolphe Perronet que trabalhou com muita responsabilidade e conseguiu projectar esgotos e estradas [infraestruturas Francesas].


Hoje em dia, o termo Engenharia civil, destaca-se como sendo a engenharia da previsão de infraestruturas a partir de muitos outros ramos da engenharia que têm vindo a existir. Existe uma tendência de definir a Engenharia civil com exclusão: engenharia civil não é engenharia mecânica, não é engenharia elétrica, não é engenharia aeronáutica, não é engenharia química, não é engenharia electrónica… mas é perder de vista o que está incluso.


2 - O que esta história tem a ver com Angola?

Portanto, é fácil verificar que a ideia do homem, desde o passado sempre foi, fazer com que a Engenharia sirva para melhorar as condições de vida do mundo. É assim que, surpreende-me bastante saber que muitas obras antigas são mais duráveis que algumas recentes, ou seja, cumprem mais o conceito de “Tempo de vida útil”. Na minha opinião pessoal, principalmente em Angola, isso deriva do surgimento de várias escolas ensinando engenharia e poucas ensinando com qualidade; por outro lado, da ignorância dos construtores e da falta de fiscalização. Hoje em dia (Em Angola) é facilmente notável o aparecimento de fissuras em obras novas; isto está directamente ligado com o conceito de “Tempo de vida útil”.

Tempo de vida útil: O tempo de vida útil de uma construção ou estrutura é o período de tempo que conta a partir da data em se finaliza a obra (estrutura), durante esse tempo a estrutura deve cumprir com as exigências. Durante este tempo a estrutura requererá uma conservação normal, que não implica operações de reabilitação. Em edifícios públicos como hospitais e escolas, segundo a norma espanhola (EHE, 2011), cuja sua substituição ou reparação implica uma repercussão importante, é conveniente adoptar um valor de tempo de vida útil não igual ao usado para habitações (considerar por exemplo 75 anos). A tabela 4.4.5 indica o tempo de vida útil para cada tipo de estrutura (EHE, 2011).

Tabela 4.4.5 – Tabela nominal dos diferentes tempos de vida útil para diferentes tipos de funcionalidade estrutural

Tipo de estrutura
Vida útil nominal
Estrutura de carácter temporal
Entre 3 e 10 anos
Elementos recolocáveis que não formam parte da estrutura principal (por exemplo, varandas e apoios para tubagem)
Entre 10 e 25 anos
Edifícios (ou instalações) agrícolas ou industriais e obras marítimas
Entre 15 e 50 anos
Estruturas de vivendas ou oficinas e estrutura de engenharia civil (excepto obras marítimas) de repercussão económica baixa ou média
50 Anos
Edifício de carácter monumental ou de importância especial
100 Anos
Pontes ou outras estruturas de engenharia civil de repercussão económica alta
100 Anos




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Referencias Bibliográficas
Hansen, K… and Zenóbia K. (2011). Civil engineer´s Handbook of Professional Practice. Inc., Hoboken, New jersy. John Wiley & Sons editor.
Wood, D. (2012). Civil engineering: A very short introduction. Great Clarendon Strret, Oxford, OX2 6 DP, Unite Kingdom. editora OXFORD University press.

Norma Espanhola (EHE, 2011)