1-
O surgimento da Engenharia Civil
Segundo o L. Spranngue de Camp´s seminal work, The
Ancient engineers (citado em Hansen, K. and Zenóbia K. civil engineer´s Handbook
of Professional Practice. 2011), para
falar da história da Engenharia civil devemos voltar no tempo, 6000 anos atrás,
então, enuncia-se o seguinte:
Os primeiros engenheiros
foram irrigadores, Arquitectos, e engenheiros militares. O mesmo homem foi
usualmente esperado para ser esperto em todos os três tipos de trabalho. Este
continuou ser o caso milhares de anos depois, no renascimento, quando Leonardo,
Michelangelo, e Durer não eram apenas engenheiros mas artistas de renome. A
especialização dentro da engenharia como profissão desenvolveu-se apenas nos últimos
dois ou três séculos. [Pag. 9]
Foi
após 4000 anos, quando o homem começou a abandonar o modo de vida nómada, a
necessidade de água, o abrigo permanente, procurou por locais de enterro (cemitérios),
e fortificação emergida. Na era das civilizações, quando as pessoas começaram a
se instalar nas proximidades dos rios, necessitaram de canais de irrigação
para os terrenos circundantes para que os agricultores pudessem aumentar a
produção do alimento para apoiar a população. Reis ou governantes desejaram
casas largas mais do que cabanas de pedra, argilas ou cana; Sacerdotes queriam
casas para deuses pelo menos tão grandes. Para proteger a
riqueza crescente destes, muros e fossos foram necessários serem construídos.
Estas foram as mudanças ocupadas pelos primeiros engenheiros.
A palavra engenheiro deriva do latim ingenium que significa habilidade ligada
a desenho e construção de mecanismos inteligentes.
O
termo Engenharia civil tem sido muito utilizados nos últimos 200 anos. É assim
que o dicionário Chambers define Engenharia como alguém que projecta ou faz, ou
pôe o uso prático, motores ou maquinarias de alguma característica, incluindo mecanismos
electricos; É alguém que projecta ou constrói obras públicas, assim como
caminhos de ferro esgotos, estradas, pontes, muros de suporte de terras,
portos, tuneis, etc; alguém que projecta e maneja a fortificação militar ou
máquinas e motores. O engenheiro civil é aquele que projecta e constrói pontes
estradas, etc, é o oposto de engenharia militar, já que antigamente eram os
miliares que executavam trabalhos de engenharia, em que os trabalhos eram
executados por intermédio de experiencias adquiridas.
Segundo
David wood (2012), no final do século XVII na França, a engenharia militar
tomou uma nova forma com a criação de uma associação “Corps des Ingénieurs du Génie Militaire” em 1690 pelo Sr. Maréchal
Vauban. Vauban foi famoso pelo projecto
de fortificação, o qual geralmente consistiu em Muros de
suporte de terra compactada (dentro das competências da engenharia civil hoje).
Em 1716, a coisa foi seguindo com a criação do Corps des Ingénieurs des Ponts at Chaussées que foram acusados com
a construção e redes de manutenção de comunicação [vias de comunicação] (
estradas e pontes). O treinamento desses últimos engenheiros foi formalizado
com a criação em 1747 da École des Ponts et Chaussées, a primeira escola de
engenharia: O conceito de engenharia como distinta da engenharia militar já era evidente em França. O primeiro director da École des Ponts et Chaussées foi
Jean-Rodolphe Perronet que trabalhou com muita responsabilidade e conseguiu projectar esgotos e estradas [infraestruturas Francesas].
Hoje
em dia, o termo Engenharia civil, destaca-se como sendo a engenharia da previsão
de infraestruturas a partir de muitos outros ramos da engenharia que têm vindo
a existir. Existe uma tendência de definir a Engenharia civil com exclusão: engenharia
civil não é engenharia mecânica, não é engenharia elétrica, não é engenharia aeronáutica,
não é engenharia química, não é engenharia electrónica… mas é perder de vista o
que está incluso.
2
- O que esta história tem a ver com Angola?
Portanto,
é fácil verificar que a ideia do homem, desde o passado sempre foi, fazer com
que a Engenharia sirva para melhorar as condições de vida do mundo. É assim que,
surpreende-me bastante saber que muitas obras antigas são mais duráveis que
algumas recentes, ou seja, cumprem mais o conceito de “Tempo de vida útil”. Na minha opinião pessoal, principalmente em
Angola, isso deriva do surgimento de várias escolas ensinando engenharia e
poucas ensinando com qualidade; por outro lado, da ignorância dos construtores
e da falta de fiscalização. Hoje em dia (Em Angola) é facilmente notável o
aparecimento de fissuras em obras novas; isto está directamente ligado com o conceito
de “Tempo de vida útil”.
Tempo de vida útil:
O tempo de vida útil de uma construção ou estrutura é o período de tempo que
conta a partir da data em se finaliza a obra (estrutura), durante esse tempo a
estrutura deve cumprir com as exigências. Durante este tempo a estrutura
requererá uma conservação normal, que não implica operações de reabilitação. Em
edifícios públicos como hospitais e escolas, segundo a norma espanhola (EHE,
2011), cuja sua substituição ou reparação implica uma repercussão importante, é
conveniente adoptar um valor de tempo de vida útil não igual ao usado para
habitações (considerar por exemplo 75 anos). A tabela 4.4.5 indica o tempo de
vida útil para cada tipo de estrutura (EHE, 2011).
Tabela
4.4.5 – Tabela nominal dos diferentes tempos de vida útil para diferentes tipos
de funcionalidade estrutural
Tipo de estrutura
|
Vida
útil nominal
|
Estrutura
de carácter temporal
|
Entre
3 e 10 anos
|
Elementos
recolocáveis que não formam parte da estrutura principal (por exemplo,
varandas e apoios para tubagem)
|
Entre
10 e 25 anos
|
Edifícios
(ou instalações) agrícolas ou industriais e obras marítimas
|
Entre
15 e 50 anos
|
Estruturas
de vivendas ou oficinas e estrutura de engenharia civil (excepto obras
marítimas) de repercussão económica baixa ou média
|
50
Anos
|
Edifício
de carácter monumental ou de importância especial
|
100
Anos
|
Pontes
ou outras estruturas de engenharia civil de repercussão económica alta
|
100
Anos
|
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Referencias Bibliográficas
Hansen, K… and Zenóbia K. (2011). Civil engineer´s
Handbook of Professional Practice. Inc., Hoboken, New jersy. John Wiley &
Sons editor.
Wood, D. (2012). Civil engineering: A very short
introduction. Great Clarendon Strret, Oxford, OX2 6 DP, Unite
Kingdom. editora OXFORD University press.
Norma Espanhola (EHE, 2011)